Cercada por mistérios e superstições, a única Sexta-feira 13 de 2025 acontece neste mês de junho e reacende debates sobre sua fama de “dia de azar”. A data é aguardada por místicos, curiosos e até fãs de filmes de terror, que veem nela uma combinação perfeita para rituais e eventos sobrenaturais.
Embora não haja consenso sobre sua origem, diversas teorias explicam o estigma. A principal delas envolve a união de dois elementos tradicionalmente considerados de má sorte: a sexta-feira e o número 13. De acordo com o historiador Oscar D’Ambrosio, doutor em Educação, Arte e História da Cultura, essa associação aparece em relatos bíblicos e culturais. “No Cristianismo, a Santa Ceia teve 13 pessoas, sendo a última refeição de Jesus, que foi crucificado numa sexta-feira. Já o capítulo 13 do Apocalipse fala sobre o fim do mundo”, exemplifica.
O número 13 também carrega má fama por simbolizar o que vem após o “perfeito” 12, presente em signos, meses do ano e apóstolos. Já a sexta-feira, ligada à deusa Vênus, representa a luxúria e, segundo algumas tradições, o dia preferido das bruxas. Há ainda narrativas nórdicas envolvendo o deus Loki, que, como 13º convidado de um banquete, provocou confusão entre os deuses.
A popularização moderna da superstição, no entanto, veio apenas no século XX. Em 1907, o livro Friday the 13th, de Thomas William Lawson, narra a história de um corretor que usa a data para manipular o mercado financeiro. Curiosamente, um navio com o nome do autor naufragou numa sexta-feira 13, intensificando o temor popular.
A partir dos anos 1980, a cultura pop reforçou esse imaginário com a franquia de terror Sexta-feira 13, eternizando a figura de Jason Voorhees, com sua máscara de hóquei. Desde então, a data se tornou sinônimo de sustos e lendas urbanas e segue sendo tratada com receio ou fascínio por quem acredita que azar tem hora marcada. (Aric Lages)